sábado, 9 de novembro de 2013

ESTATÍSTICA


RELEVÂNCIA DA ESTATÍSTICA NA ATUALIDADE

Raimundo J. B. Brandão

A relevância da Estatística pode ser observada pelo seu uso em organizações governamentais e não governamentais, onde instituições financeiras, econômicas e sociais necessitam de conhecimentos Estatísticos do mais elementar ao nível mais avançado, para que cidadãos comuns e profissionais em geral possam tomar decisões com fundamentos técnicos e científicos com certa margem de segurança.

O papel da Estatística nos últimos anos atingiu uma importância significativa para o desenvolvimento social e econômico. Instituições de pesquisa são criadas com fins específicos de atender as demandas de coleta, análise e interpretação de dados, para fins de planejamento tanto do Estado, como do Brasil. Ao destacar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/IBGE, que, de acordo com seu estatuto (Brasil, 2003), tem como missão retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento da sua realidade e ao exercício da cidadania, por meio da produção, análise, pesquisa e disseminação de informações de natureza estatística- demográfica e socioeconômica, e geocientífica-geográfica, cartográfica, geodésica e ambiental.

O IBGE, portanto, constitui-se no maior órgão de coleta, organização e análise de dados do Brasil, atendendo, assim, demandas de informações oficiais como os governos Federal, Estadual e Municipal, bem como a sociedade em geral.

Observa-se ainda que o IBGE, no desempenho de suas funções, oferece uma visão ampla, completa e atualizada do país, dentre outras questões, na produção de informações Estatísticas, na coordenação e consolidação destas informações e na coordenação dos sistemas estatísticos e cartográficos. (BRASIL, 2003)

Em nível internacional, a Associação Internacional para a Educação Estatística (IASE), em suas ações pelo mundo, procura promover, apoiar e melhorar a Educação Estatística em todos os níveis; e estimular a cooperação internacional, a discussão e pesquisa, disseminando ideias, estratégias, materiais e informações através de publicações e conferências internacionais. (Disponível em: < http://www.stat.auckland.ac.nz/~iase/>. Acesso em 19 de mar 2012.)

Pode-se notar que, de acordo com o exposto, a Estatística tem uma aplicabilidade muito vasta na utilização de dados experimentais e contribui para o desenvolvimento cientifico.

Portanto, na atualidade, a necessidade de conhecimentos estatísticos torna-se cada vez maior para as pessoas em geral, a fim de possibilitar uma melhor compreensão dos fenômenos da natureza, sociais e tomadas de decisão.

Para as tomadas de decisão, um dos procedimentos mais comuns e que tem o objetivo de estabelecer critérios que permitam distinguir entre diferenças reais e casuais, se uma amostra difere de maneira significativa dos resultados esperados e assim, se rejeita ou não rejeita as hipóteses estatísticas elaboradas, são os testes de significância.

Os testes de hipótese permitem por tanto, decidir estatisticamente e decidir consiste, tomar decisões sobre universo ou populações, com base em informações sobre amostras das mesmas.

          Pimenta (2009) destaca a grande necessidade dos adultos, numa sociedade industrial, estarem capacitados (alfabetizados) estatisticamente para analisar e avaliar criticamente a informação, oriunda da organização de dados que os indivíduos podem encontrar em diversos contextos, e discutir e comunicar as suas concepções em relação a essas informações quando forem relevantes.

Diante da necessidade do cidadão comum e dos profissionais em geral, em domínios de conhecimentos estatísticos para decidir no cotidiano, alguns países introduziram o ensino deste conteúdo nos currículos escolares.

A Inglaterra foi um dos países pioneiros na inserção da estatística nos currículos de Matemática. Segundo Holmes (2002), no ano de 1961, o ensino de Estatística e Probabilidade, embora de maneira opcional, foi introduzido no currículo de Matemática para estudantes na faixa etária entre 16 e 19 anos.

Encontra-se em Lopes (2008) que não basta o cidadão entender porcentagens expostas em índices estatísticos, como as taxas de desenvolvimento populacional, de inflação ou desemprego, é necessário que o mesmo saiba analisar e relacionar criticamente os dados apresentados, analisando, interpretando, comparando e tirando conclusões das informações.

Os dados podem ser expostos por meio de tabelas e gráficos, sendo a representação gráfica muito eficiente  na transmissão das informações, segundo Carzola e Castro (2008), esta eficiência é possível por serem visualmente mais prazerosa e amena na percepção e raciocínio das pessoas, mas advertem sobre as contradições existentes no recebimento das informações em pesquisas com fundamentação observacional, experimental e estatística, cujos resultados, às vezes, não são compreendidos em função de serem divulgadas apenas conclusões de forma incompletas, descontextualizadas e distorcidas, mal compreendidas que induzem as pessoas a tomarem decisão de forma equivocadas.

De acordo com Cazorla e Castro (2008, p. 47):

Neste ponto, é preciso compreender que a maioria das informações provenientes de levantamentos estatísticos, na busca de estimar tendências e parâmetros, tem por base uma amostra, a partir da qual os parâmetros são estimados. Logo, as inferências obtidas, com base em dados amostrais, estão sujeitas a erros provenientes da própria amostragem. Também, deve-se compreender que por trás de toda informação veiculada pela mídia, existe um patrocinador, alguém que pagou pela pesquisa e que, portanto, essa não é neutra e responde a interesses de mercado.

Entende-se, desta forma, a extrema necessidade que pessoas comuns tenham conhecimentos em Estatística para o exercício da cidadania, pois, conforme Dallari (1998), a cidadania consiste nas possibilidades do indivíduo de participar ativamente da vida do governo e sua população, inserindo-o na vida social, e da tomada de decisões.

 

 

REFERÊNCIAS

 

BRANDÃO, R.J.B. “Formação do professor de Matemática para o ensino de estatística: Estudo sobre uma licenciatura de Matemática da universidade Estadual do Maranhão”. Tese de Doutorado. Universidade bandeirante de São Paulo. São Paulo, 2012.

BRANDÃO, R.J.B. Aprendizagem significativa em Estatística com estratégia de resolução de problemas: uma experiência com estudantes de Administração de empresa. Anais do 4º Encontro Nacional de Aprendizagem Significativa (4º ENAS). Garanhuns-Pe, 2012.

BRANDÃO, R.J.B. et al. Níveis de conhecimentos esperados dos estudantes no processo de aprendizagem em progressão aritmética; In: V Encontro Mineiro em Educação Matemática. Práticas Educativas em discussão. Lavras – MG, 2009. ISSN. 2176-0160

BRANDÃO, R.J.B. Formação inicial do professor de Matemática e ensino de Estatística: contribuições para a formação de um currículo. In: II Seminário Internacional em Educação Matemática. São Paulo, 2009. ISSN. 2176-2201.

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Decreto Nº 4.740, DE 13 de Junho de 2003.

CAZORLA,I.M., CASTRO, F.C. de.  O papel da estatística na leitura do mundo: o letramento estatístico. Publ. UEPG Ci. Hum., Ci. Soc. Apl., Ling., Letras e Artes, Ponta Grossa, jun. 2008. Disponível em: < http://www.revistas2.uepg.br/index.php/humanas/article/view/617/605>) ACESSO 28 DE OUT DE 2011.

 

HOLMES, P. Some lessons to be learnt from curriculum developments in statistics. En B. Phillips (Ed.), Proceedings of the Sixth International Conference on Teaching of Statistics. Ciudad del Cabo. IASE. 2002.

 IASE. International Association for Statistical Education. Disponível em: < http://www.stat.auckland.ac.nz/~iase/>acesso em 19 de mar 2012.

LOPES, C.A.E . O ensino da estatística e da probabilidade na Educação Básica e a formação dos professores . Cad. Cedes, Campinas, vol. 28, n. 74, p. 57-73, jan./abr. 2008.

PIMENTA, Ruy. Os projectos e o processo de Ensino e Aprendizagem em estaística. In: FERNANDES,J.A., VISEU, F., MARTINHHO,M.H. & CORREIA, P.F (Orgs.). Actas do II encontro de Probabilidade e estatística na Escola. Braga: Centro de Investigação em Educação da Univeridade do Minho. Portugal. 2009.

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