sexta-feira, 28 de junho de 2013

A importância do letramento estatístico no cotidiano do cidadão
 Professor Dr. Raimundo J. Barbosa Brandão


Vivemos numa sociedade onde o cidadão a todo instante é bombardeado com uma gama muito grande de informações, quer seja na língua natural ou outro tipo de representação e neste caso, ele precisa de conhecimentos e habilidades básicas em alguns ramos do conhecimento para saber analisar, interpretar e compreender estas informações para tomadas de decisão no seu cotidiano.


Na atualidade, um conhecimento essencial a todo e qualquer cidadão, bem como aos profissionais das mais variadas áreas do saber, é o conhecimento estatístico.


Uma habilidade fundamental para o cidadão interpretar e avaliar de forma crítica as informações estatísticas é o letramento estatístico. O indivíduo letrado estatisticamente necessita ainda de habilidades de comunicação para expressar suas opiniões e tomadas de decisões baseadas na adequada compreensão da analise dos dados. De acordo com Batanero, Burrill e Reading (2011) letramento estatístico vai além da aplicação da estatística de maneira mecânica, mas se constitui na habilidade de ler e interpretar dados de forma critica e o uso da Estatística evidencia em argumentos no cotidiano do cidadão comum, dos estudantes dos diversos níveis de ensino e dos profissionais em geral.


Para Gal (2002) para uma pessoa adulta que vive numa sociedade industrial, o letramento estatístico é definido como:  a) competência da pessoa para interpretar e avaliar criticamente a informação estatística, os argumentos relacionados aos dados ou aos fenômenos estocásticos, que podem se apresentar em qualquer contexto e, quando relevante, b) competência da pessoa para discutir ou comunicar suas reações para tais informações estatísticas, tais como seus entendimentos do significado da informação, suas opiniões sobre as implicações desta informação ou suas considerações acerca da aceitação das conclusões fornecidas (GAL,2002, p. 2-3).


Há pessoas que se colocam em extremos opostos quanto às pesquisas estatísticas. Há aqueles que acreditam que a estatística é a arte de mentir e não acreditam nas pesquisas, enquanto isso, existem pessoas que acreditam que as previsões ou tendências estatísticas são extremamente confiáveis. Em ambos os pensamentos, as pessoas necessitam de melhor fundamentação para compreender as informações. Um exemplo bastante conhecido do cidadão brasileiro são as pesquisas de intenção de voto realizadas em épocas de eleições que ocorrem a cada dois anos. Para o eleitor avaliar criticamente uma pesquisa dessas é preciso compreender conceitos básicos de Estatística, tais como: população, amostras, tipos de amostragens adequadas à homogeneidade ou heterogeneidade da população, margem de erro, intervalo de confiança dentre outros.


Os indivíduos compreendendo estes conceitos elementares em estatística terão melhores condições de compreender as informações, analisar e interpretar os resultados e tirar conclusões com mais segurança e tomar decisões com a menor margem de erro possível.


 ________________


* Doutor em Educação Matemática, professor da Universidade Estadual do Maranhão.


Referências Batanero, C.; Burrill, G.; Reading, C.  Estatísticas de Ensino de Matemática da Escola.  Desafios para a Educação de Ensino e Professor: Um Estudo ICMI / IASE Conjunto pringer, 2011.  


GAL, I. Adult’s Statistical literacy: Meanings, Components, Responsabilities. International Statistical Review, n. 70, 2002

quarta-feira, 5 de junho de 2013


RELEVÂNCIA DA ESTATÍSTICA NA ATUALIDADE


RELEVÂNCIA DA ESTATÍSTICA NA ATUALIDADE

A relevância da Estatística pode ser observada pelo seu uso em organizações governamentais e não governamentais, onde instituições financeiras, econômicas e sociais necessitam de conhecimentos Estatísticos do mais elementar ao nível mais avançado, para que cidadãos comuns e profissionais em geral possam tomar decisões com fundamentos técnicos e científicos com certa margem de segurança.

O papel da Estatística nos últimos anos atingiu uma importância significativa para o desenvolvimento social e econômico. Instituições de pesquisa são criadas com fins específicos de atender as demandas de coleta, análise e interpretação de dados, para fins de planejamento tanto do Estado, como do Brasil. Ao destacar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/IBGE, que, de acordo com seu estatuto (Brasil, 2003), tem como missão retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento da sua realidade e ao exercício da cidadania, por meio da produção, análise, pesquisa e disseminação de informações de natureza estatística- demográfica e socioeconômica, e geocientífica-geográfica, cartográfica, geodésica e ambiental.

O IBGE, portanto, constitui-se no maior órgão de coleta, organização e análise de dados do Brasil, atendendo, assim, demandas de informações oficiais como os governos Federal, Estadual e Municipal, bem como a sociedade em geral.

Observa-se ainda que o IBGE, no desempenho de suas funções, oferece uma visão ampla, completa e atualizada do país, dentre outras questões, na produção de informações Estatísticas, na coordenação e consolidação destas informações e na coordenação dos sistemas estatísticos e cartográficos. (BRASIL, 2003)

Em nível internacional, a Associação Internacional para a Educação Estatística (IASE), em suas ações pelo mundo, procura promover, apoiar e melhorar a Educação Estatística em todos os níveis; e estimular a cooperação internacional, a discussão e pesquisa, disseminando ideias, estratégias, materiais e informações através de publicações e conferências internacionais. (Disponível em: < http://www.stat.auckland.ac.nz/~iase/>. Acesso em 19 de mar 2012.)

Pode-se notar que, de acordo com o exposto, a Estatística tem uma aplicabilidade muito vasta na utilização de dados experimentais e contribui para o desenvolvimento cientifico.

Portanto, na atualidade, a necessidade de conhecimentos estatísticos torna-se cada vez maior para as pessoas em geral, a fim de possibilitar uma melhor compreensão dos fenômenos da natureza, sociais e tomadas de decisão.

Pimenta, R. (2009) destaca a grande necessidade dos adultos, numa sociedade industrial, estarem capacitados (alfabetizados) estatisticamente para analisar e avaliar criticamente a informação, oriunda da organização de dados que os indivíduos podem encontrar em diversos contextos, e discutir e comunicar as suas concepções em relação a essas informações quando forem relevantes.

Diante da necessidade do cidadão e dos profissionais em geral, em domínios de conhecimentos estatísticos para decidir no cotidiano, alguns países introduziram o ensino deste conteúdo nos currículos escolares.

Encontra-se em Lopes (2008) que não basta o cidadão entender porcentagens expostas em índices estatísticos, como as taxas de desenvolvimento populacional, de inflação ou desemprego, é necessário que o mesmo saiba analisar e relacionar criticamente os dados apresentados, analisando, interpretando, comparando e tirando conclusões.

Cazorla e Castro (2008) discorrem sobre a representação gráfica devido a sua eficiência na transmissão das informações, por serem visualmente mais prazerosa e amena na percepção e raciocínio das pessoas, mas advertem sobre as contradições existentes no recebimento das informações em pesquisas com fundamentação observacional, experimental e estatística, cujos resultados, às vezes, não são compreendidos em função de serem divulgadas apenas conclusões de forma incompletas, descontextualizadas e distorcidas, mal compreendidas que induzem as pessoas a tomarem decisão de forma equivocadas.

De acordo com Cazorla e Castro (2008, p. 47):

Neste ponto, é preciso compreender que a maioria das informações provenientes de levantamentos estatísticos, na busca de estimar tendências e parâmetros, tem por base uma amostra, a partir da qual os parâmetros são estimados. Logo, as inferências obtidas, com base em dados amostrais, estão sujeitas a erros provenientes da própria amostragem. Também, deve-se compreender que por trás de toda informação veiculada pela mídia, existe um patrocinador, alguém que pagou pela pesquisa e que, portanto, essa não é neutra e responde a interesses de mercado.

Entende-se, desta forma, a extrema necessidade que pessoas comuns tenham conhecimentos em Estatística para o exercício da cidadania, pois, conforme Dallari (1998), a cidadania consiste nas possibilidades do indivíduo de participar ativamente da vida do governo e sua população, inserindo-o na vida social, e da tomada de decisões.

 

Referências

BRANDÃO, R.J.B. “Formação do professor de Matemática para o ensino de estatística: Estudo sobre uma licenciatura de Matemática da universidade Estadual do Maranhão”. Tese de Doutorado. Universidade bandeirante de São Paulo. São Paulo, 2012.

BRANDÃO, R.J.B. Aprendizagem significativa em Estatística com estratégia de resolução de problemas: uma experiência com estudantes de Administração de empresa. Anais do 4º Encontro Nacional de Aprendizagem Significativa (4º ENAS). Garanhuns-Pe, 2012.

BRANDÃO, R.J.B. et al. Níveis de conhecimentos esperados dos estudantes no processo de aprendizagem em progressão aritmética; In: V Encontro Mineiro em Educação Matemática. Práticas Educativas em discussão. Lavras – MG, 2009. ISSN. 2176-0160

BRANDÃO, R.J.B. Formação inicial do professor de Matemática e ensino de Estatística: contribuições para a formação de um currículo. In: II Seminário Internacional em Educação Matemática. São Paulo, 2009. ISSN. 2176-2201.

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Decreto Nº 4.740, DE 13 de Junho de 2003.

CAZORLA,I.M., CASTRO, F.C. de.  O papel da estatística na leitura do mundo: o letramento estatístico. Publ. UEPG Ci. Hum., Ci. Soc. Apl., Ling., Letras e Artes, Ponta Grossa, jun. 2008. Disponível em: < http://www.revistas2.uepg.br/index.php/humanas/article/view/617/605>) ACESSO 28 DE OUT DE 2011.

IASE. International Association for Statistical Education. Disponível em: < http://www.stat.auckland.ac.nz/~iase/>acesso em 19 de mar 2012.

LOPES, C.A.E . O ensino da estatística e da probabilidade na Educação Básica e a formação dos professores . Cad. Cedes, Campinas, vol. 28, n. 74, p. 57-73, jan./abr. 2008.

PIMENTA, Ruy. Os projectos e o processo de Ensino e Aprendizagem em estaística. In: FERNANDES,J.A., VISEU, F., MARTINHHO,M.H. & CORREIA, P.F (Orgs.). Actas do II encontro de Probabilidade e estatística na Escola. Braga: Centro de Investigação em Educação da Univeridade do Minho. Portugal. 2009

quinta-feira, 27 de junho de 2013

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