quarta-feira, 22 de março de 2017

SISTEMA DE NUMERAÇÃO: ENSINO-APRENDIZAGEM COM APORTE NA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL

Raimundo Luna Neres e Raimundo J. Barbosa Brandão



Resumo


Este estudo tem como objetivo apresentar reflexões de uma investigação empírica sobre ensino-aprendizagem do sistema de numeração de base dez, com fundamentação teórica na teoria histórico-cultural. Para isso, trabalhamos com alunos do quarto e quinto anos do ensino fundamental de uma escola pública do município de São Luís. O estudo é de natureza qualitativa e os dados foram coletados através de encontros e acompanhamento das atividades da professora em aulas de matemática em conteúdos envolvendo sistemas de numeração. Os resultados mostram que o ensino-aprendizagem de Matemática se tornará mais receptível e de mais fácil entendimento pelos sujeitos, se for mediado numa perspectiva histórico - cultural.

Palavras-Chave: Ensino e aprendizagem matemática, sistemas de numeração, teoria histórico cultural.

NUMBERING SYSTEM: TEACHING-LEARNING WITH CONTRIBUTION IN HISTORICAL AND CULTURAL THEORY



ABSTRACT

This study aims to present reflections of empirical research on teaching and learning the basic numbering system ten with theoretical foundations in the cultural-historical theory . For this , we work with students in the fourth and fifth year of elementary school in a public school in São Luís . The study is qualitative, and the data were collected through meetings and monitoring of teacher activities in mathematics classes in numbering schemes involving content . The results show that the mathematics teaching and learning will become more receptive and easier to understand by the subjects, if mediated by historical - cultural.

Keywords: Number systems, historical - cultural theory, teaching and learning mathematics


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REFERÊNCIAS DE BLOG



EXEMPLOS
BRANDÃO, R.J.B. A importância do letramento estatístico no cotidiano do cidadão. São Luís, março de 2017. Disponível em: < https://branndd.blogspot.com/b/post-preview?token=PmL2-FoBAAA.xpqwTp6OmxleodAxF9jxR-omVvaRRpDVzj1hf5eBUGe3LaOMDRUs7RDKZCrVq2rK85NPrURZpPhWzRNeoicLmA.lz8LsEA4tLZWAsd1OM9AKA&postId=5734957347601311694&type=POST> acesso em dia, mês, ano
 
BRANDÃO, R.J.B. Relevância da estatística na atualidade. São Luís, novembro de 2013. Disponível em: < http://branndd.blogspot.com.br/2013/11/estatistica.html> acesso em dia, mês, ano.

A IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO ESTATÍSTICO NO COTIDIANO DO CIDADÃO




Raimundo J. Barbosa Brandão

 

Sendo a Estatística um conjunto de métodos utilizado para o planejamento de estudos e experimentos, coleta, organização, analise, interpretação e auxilio para as tomadas de decisão, a sua relevância pode ser observada pelo seu uso em organizações governamentais e não governamentais, onde instituições financeiras, econômicas e sociais necessitam de conhecimentos Estatísticos do mais elementar ao nível mais avançado, para que cidadãos comuns e profissionais em geral possam tomar decisões com fundamentos técnicos e científicos com certa margem de segurança.

O papel da Estatística nos últimos anos atingiu uma importância significativa para o desenvolvimento social e econômico. Instituições de pesquisa são criadas com fins específicos de atender as demandas de coleta, análise e interpretação de dados, para fins de planejamento. Vale realçar o papel do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/IBGE que, de acordo com seu estatuto, tem como missão retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento da sua realidade e ao exercício da cidadania, por meio da produção, análise, pesquisa e disseminação de informações de natureza estatística- demográfica e socioeconômica, e geocientífica-geográfica, cartográfica, geodésica e ambiental.

O IBGE, portanto, constitui-se no maior órgão de coleta, organização e análise de dados do Brasil, atendendo, assim, demandas de informações oficiais como os governos Federal, Estadual e Municipal, bem como a sociedade em geral.

Observa-se ainda que o IBGE, no desempenho de suas funções, oferece uma visão ampla, completa e atualizada do país, dentre outras questões, na produção de informações Estatísticas, na coordenação e consolidação destas informações e na coordenação dos sistemas estatísticos e cartográficos.

Em nível internacional, a Associação Internacional para a Educação Estatística (IASE), em suas ações pelo mundo, procura promover, apoiar e melhorar a Educação Estatística em todos os níveis, além de estimular a cooperação internacional, a discussão e pesquisa, disseminando ideias, estratégias, materiais e informações através de publicações e conferências internacionais.

Pode-se notar que, de acordo com o exposto, a Estatística tem uma aplicabilidade muito vasta na utilização de dados experimentais e contribui para o desenvolvimento cientifico. Portanto, na atualidade, a necessidade de conhecimentos estatísticos incrementa-se para as pessoas em geral, a fim de possibilitar uma melhor compreensão dos fenômenos da natureza, sociais e tomadas de decisão.

Pimenta, (2009) destaca a grande necessidade dos adultos, numa sociedade industrial, estarem capacitados (alfabetizados) estatisticamente para analisar e avaliar criticamente a informação, oriunda da organização de dados que os indivíduos podem encontrar em diversos contextos, e discutir e comunicar as suas concepções em relação a essas informações quando forem relevantes.

Diante da necessidade do cidadão e dos profissionais em geral, em domínios de conhecimentos estatísticos para decidir no cotidiano, alguns países introduziram o ensino deste conteúdo nos currículos escolares.

Encontra-se em Lopes (2008) que não basta o cidadão entender porcentagens expostas em índices estatísticos, como as taxas de desenvolvimento populacional, de inflação ou desemprego, é necessário que o mesmo saiba analisar e relacionar criticamente os dados apresentados, analisando, interpretando, comparando e tirando conclusões.

Carzola e Castro (2008) discorrem sobre a representação gráfica devido à sua eficiência na transmissão das informações, por serem visualmente mais prazerosa e amena na percepção e raciocínio das pessoas, mas advertem sobre as contradições existentes no recebimento das informações em pesquisas com fundamentação observacional, experimental e estatística, cujos resultados, às vezes, não são compreendidos em função de serem divulgadas apenas conclusões de forma incompletas, descontextualizadas e distorcidas, mal compreendidas que induzem as pessoas a tomarem decisão de forma equivocadas.

Neste ponto, é preciso compreender que a maioria das informações provenientes de levantamentos estatísticos, na busca de estimar tendências e parâmetros, tem por base uma amostra, a partir da qual os parâmetros são estimados. Logo, as inferências obtidas, com base em dados amostrais, estão sujeitas a erros provenientes da própria amostragem. Também, deve-se compreender que, nos casos de pesquisas de opinião pública, por trás de toda informação veiculada pela mídia, existe um patrocinador, alguém que pagou pela pesquisa e que, portanto,  coloca em dúvida a neutralidade  e, em certa medida, a fidedignidade dos resultados exibidos em tais investigações. (CARZOLA e CASTRO, 2008, p. 47)

Entende-se, desta forma, a extrema necessidade de que as pessoas comuns possam detectar algum conhecimento em Estatística para o exercício da cidadania, pois, conforme Dallari (1998), a cidadania consiste nas possibilidades do indivíduo de participar ativamente da vida do governo e sua população, inserindo-o na vida social, e da tomada de decisões.

Numa sociedade onde o cidadão, a todo instante, é bombardeado com uma gama muito grande de informações e, neste caso, ele precisa de conhecimentos e habilidades básica para saber analisar, interpretar e compreender estas informações para tomadas de decisão no seu cotidiano. Uma habilidade fundamental para o cidadão interpretar e avaliar, de forma crítica, as informações é o letramento estatístico que é dado a elas.

O indivíduo “letrado” estatisticamente necessita ainda de habilidades de comunicação para expressar suas opiniões e tomadas de decisões baseadas na adequada compreensão da analise dos dados. De acordo com Batanero, Burrill e Reading (2011) letramento estatístico vai além da aplicação da estatística de maneira mecânica, mas se constitui na habilidade de ler e interpretar dados de forma critica. O uso adequado dos conhecimentos estatísticos é de utilidade em argumentos do cotidiano do cidadão comum, dos estudantes dos diversos níveis de ensino e dos profissionais em geral. Para Gal (2002) para uma pessoa adulta que vive numa sociedade industrial, o letramento estatístico é definido como: a) competência da pessoa para interpretar e avaliar criticamente a informação estatística, os argumentos relacionados aos dados ou aos fenômenos estocásticos, que podem se apresentar em qualquer contexto e, quando relevante, b) competência da pessoa para discutir ou comunicar suas reações para tais informações estatísticas, tais como seus entendimentos do significado da informação, suas opiniões sobre as implicações desta informação ou suas considerações acerca da aceitação das conclusões fornecidas (GAL,2002, p. 2-3). Há pessoas que se colocam em extremos opostos quanto às pesquisas estatísticas. Há aqueles que não acreditam em pesquisas estatísticas por julgarem que a estatística é a arte de mentir. Enquanto isso, há aqueles que acreditam que as previsões ou tendências estatísticas são extremamente confiáveis, mesmo desconhecendo alguns conceitos elementares essênciais à analises e compreensão dos dados.

Em ambos os pensamentos, as pessoas necessitam de melhor fundamentação para compreender as informações. Um exemplo bastante conhecido do cidadão brasileiro são as pesquisas de intenção de voto realizadas em épocas de eleições que ocorrem a cada dois anos. Para o eleitor avaliar criticamente uma pesquisa com este tipo de finalidade é preciso compreender diferença entre população e amostras, tipos de amostragens adequadas à homogeneidade ou heterogeneidade da população, margem de erro e intervalo de confiança. Os indivíduos compreendendo estes conceitos fundamentais em estatística terão melhores condições de compreender as informações e tirar conclusões com mais segurança e tomar decisões com a menor margem de erro possível.

 

 

Referências Bibliográficas

 

BATANERO, C.; BURRILL, G.; READING, C.  Estatísticas de Ensino de Matemática da Escola.  Desafios para a Educação de Ensino e Professor: Um Estudo ICMI / IASE Conjunto pringer, 2001

BRANDÃO, R.J.B. Formação inicial do professor de Matemática e o ensino de Estatística: contribuições para a formação de um currículo. In: II Seminário Internacional em Educação Matemática. São Paulo, 2009

BRANDÃO, R.J.B. Aprendizagem significativa em estatística com a estratégia de resolução de problema: uma experiência com estudantes de administração de empresa. Anais 4º Encontro Nacional de Aprendizagem Significativa (4º.ENAS). Garanhuns-Pe, 2012

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Decreto Nº 4.740, DE 13 de Junho de 2003

CAZORLA,I.M., CASTRO, F.C. de.  O papel da estatística na leitura do mundo: o letramento estatístico. Publ. UEPG Ci. Hum., Ci. Soc. Apl., Ling., Letras e Artes, Ponta Grossa, jun. 2008. Disponível em: < http://www.revistas2.uepg.br/index.php/humanas/article/view/617/605>) acesso 28 de out de 2011

GAL, I. Adult’s Statistical literacy: Meanings, Components, Responsabilities. International Statistical Review, n. 70,, 2002

TRIOLA, M. F. Introdução à Estatística. Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. Copyright, 2008

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LOPES, C.A.E . O ensino da estatística e da probabilidade na Educação Básica e a formação dos professores . Cad. Cedes, Campinas, vol. 28, n. 74, p. 57-73, jan./abr, 2008.